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PERFIL DO AMOR

Do livro: Perfis da Vida – Divaldo Pereira Franco – Pelo Espírito Guaracy Paraná Vieira

     No infinito do tempo e além do espaço, quando o Divino Pensamento se expandiu na atividade criadora, a Sua irradiação matriz modeladora tornou-se a primeira emissão de amor de que se tem notícia.

     Desde então, tudo quanto pulsa e vibra é consequência dessa força motriz, que vivifica, tornando-se gênese essencial de onde surgem as manifestações vitais.

     O amor, por isso mesmo, é a vida em crescimento, que desdobra o germe latente atraído pelo magnetismo central do Amor Gerador.

     Onde reinem os problemas, o amor enseja a necessidade do conhecimento, a fim de que se logrem as soluções.

     Quando os seres se atraem – vegetais, animais e humanos – para o milagre da forma, é o amor que os impele ao fenômeno da comunhão.

     O amor é sutil e enternecedor, com capacidade transformadora, mediante a qual se perpetuam as expressões da vida que, em jamais se extinguindo, alteram-se e renovam-se, desdobrando-se em formas diferentes até culminarem na perfeição.

     A mão que dilacera a árvore com instrumentos cortantes ou fere a entranha da terra para lograr a bênção da utilidade ou do pão, representa o amor que trabalha e produz, repetindo a experiência inicial da ação de Deus.

     A dor que despedaça a alegria e assinala fundamente os sentimentos, ainda é o amor, na sua condição de realizador incessante, trabalhando os metais ásperos do ser, a fim de que se arrebente a grosseira forma, libertando a essência ditosa, qual ocorre com a glande que despedaça o envoltório rude para que o carvalho esplenda e frondeje.

     Na maternidade ou na paternidade, o amor gera e protege, sacrifica-se e doa-se até a exaustão, de forma que a felicidade se expresse na realização do filho.

     O sorriso, que explode jovial, e a lágrima, que suavemente escorre da ânfora do coração, traduzem as valiosas manifestações do amor em júbilo ou em sofrimento, mas, sempre amor.

     O ódio então representa a loucura momentânea do amor, que se recuperará sob as bênçãos do sofrimento e da transformação natural em direção à vida.

     Somente o amor possui a força transformadora para a realização dos objetivos existenciais.

     O animal que apoia a prole e a defende, também ama, na forma de instinto, enquanto o ser, possuidor de razão, exterioriza-o com lucidez e cuidado.

     Na sombra densa como no paul venenoso, onde reinam a ameaça e a peste, o amor, acendendo luz e drenando o charco, altera-lhes a paisagem, que se faz claridade, jardim ou pomar.

     Tudo ama.

     Deus é amor, afirma João.

     Quando a criatura humana amar com a profundidade real que a leva a esquecer-se de si mesma, o seu amor evitará a guerra e libertará as vidas, por ser a força do Bem inteiramente livre e saudavelmente direcionada.

     No amor se iniciam todas as coisas e seres, e no Amor se plenificarão todas as formas da criação. 

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