CAPÍTULO IV
DA PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS
1. A reencarnação. - 2. Justiça da reencarnação. - 3. Encarnação nos diferentes mundos. - 4. transmigração progressiva. - 5. Sorte das crianças após a morte. - 6. Sexos nos Espíritos. - 7. Parentesco, filiação. - 8. Parecenças físicas e morais. - 9. Ideias inatas.
A reencarnação
166 - Como pode a alma, que não alcançou a perfeição durante a vida corpórea, acabar de depurar-se?
"Sofrendo a prova de uma nova existência."
- Como realiza essa nova existência? Será pela sua transformação como Espírito?
"Depurando-se, a alma indubitavelmente experimenta uma transformação, mas para isso necessária lhe é a prova da vida corporal."
- A alma passa então por muitas existências corporais?
"Sim, todos contamos muitas existências. Os que dizem o contrário pretendem manter-vos na ignorância em que eles próprios se encontram. Esse o desejo deles."
- Parece resultar desse princípio que a alma, depois de haver deixado um corpo, toma outro, ou, então, que reencarna em novo corpo. É assim que se deve entender?
"Evidentemente."
167 - Qual o fim objetivado com a reencarnação?
"Expiação, melhoramento progressivo da humanidade. Sem isto, onde a justiça?"
168 - É limitado o número das existências corporais, ou o Espírito reencarna perpetuamente?
"A cada nova existência, o Espírito dá um passo para diante na senda do progresso. Desde que se ache limpo de todas as impurezas, não tem mais necessidade das provas da vida corporal."
169 - É invariável o número das encarnações para todos os Espíritos?
"Não; aquele que caminha depressa, a muitas provas se forra. Todavia, as encarnações sucessivas são sempre muito numerosas, porquanto o progresso é quase infinito."
170 - O que fica sendo o Espírito depois da sua última encarnação?
"Espírito bem-aventurado; puro Espírito."
Coroação de D. Pedro II com 15 anos em 18-07-1841